PRODUÇÃO AGRÍCOLA

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PRODUÇÃO AGRÍCOLA

A atividade agrícola da Estância Guatambu tem como principais finalidades maximizar a produção de alimentos e complementar a atividade pecuária, incrementando os recursos forrageiros e fazendo da integração de ambas a fundamentação e a sustentação dos níveis de produtividade atingidos. Esta atividade conta também com uma Unidade de Armazenagem localizada na sede da propriedade.

O arroz irrigado é a cultura mais antiga da Estância Guatambu, sendo cultivada desde 1958. São cultivados todos os anos cerca de 1.600 ha nas várzeas da Estância e das propriedades pertencentes à mesma, sendo uma parte de lavouras próprias e outra de parceiros. O cultivo é feito no máximo por 2 anos consecutivos sobre áreas de 4 a 6 anos de pastagens de trevo branco, cornichão e azevém. Esta rotação impede o avanço de plantas daninhas invasoras, permite a diminuição da incidência de pragas e doenças fúngicas e incrementa a fertilidade do solo, pois quando as áreas estão com pastagens, há fixação biológica de nitrogênio pelas leguminosas presentes na mescla, e os dejetos dos animais adicionam matéria orgânica ao solo; já quando essas áreas, dentro do esquema de rotação, são destinadas à lavoura de arroz, realiza-se uma elevada adubação de N, P e K, e a palha da resteva também é incorporada ao solo, colaborando para a melhoria das características físicas e químicas do mesmo. Ou seja, esse esquema de rotação permite uma vantajosa reciclagem de nutrientes, agregando valor ao sistema.

As lavouras de arroz irrigado da Estância Guatambu são dotadas de alta tecnologia, sendo as principais práticas de manejo as seguintes: semeadura direta sobre taipas, utilização de semeadeiras de última geração, adubação calculada de acordo com a extração de nutrientes para altas produtividades, semeadura no cedo (final de setembro até início de outubro), utilização de variedades de ciclos diferentes para escalonamento de riscos, aplicação do nitrogênio no seco antes da entrada da água, irrigação aos 15-20 dias após a emergência das plântulas, controle precoce de ervas daninhas, utilização do sistema Clearfield, controle preventivo de pragas e doenças, colheita no momento adequado e secagem cuidadosa na própria fazenda. A escolha das variedades recai sobre aquelas que tenham como característica a produtividade e a qualidade de grãos, o que garante vantagens no momento da comercialização, além de promover a maior satisfação dos consumidores finais.

Além disso, somos produtores de sementes certificadas Basf, das variedades Guri CL e Puitá CL (tecnologia Clearfield), sendo que 80% da área de lavoura da propriedade sede é destinada a esse fim. Nestas áreas os cuidados são redobrados para que não haja contaminação das sementes, e é seguida na íntegra a tecnologia recomendada pela Basf.

A Estância Guatambu adota desde 2001 as premissas do consagrado “Projeto 10” do IRGA (Instituto Rio Grandense do Arroz), cujo objetivo era, na época, estimular a adoção e difusão de técnicas de manejo para atingir altas produtividades na lavoura de arroz irrigado do RS, tendo como meta atingir a produtividade de 10.000 kg/ha. Esse projeto começou na safra 2001/2002, sendo uma iniciativa pioneira da Associação de Agricultores de Dom Pedrito em conjunto com o IRGA, e cumpriu seus objetivos, pois no terceiro ano na Guatambu já foi obtida produtividade de 10.000 kg/ha em várias lavouras, sendo que hoje esta é nossa média de produtividade de toda a área de lavoura em anos normais. Estamos sempre trabalhando para superar nossos índices, e para tanto a cada ano se faz uma busca intensa de informações e novas tecnologias em institutos de pesquisa, universidades, seminários e, principalmente, realizando benchmarking com outros orizicultores.

Uma das novidades em que estamos trabalhando é a utilização da agricultura de precisão no arroz irrigado – para tanto, há 3 anos realizamos o mapeamento georeferenciado da fertilidade do solo em uma lavoura, e efetuamos a adubação a taxas variáveis de acordo com esse mapeamento, ou seja, a adubação é feita de acordo com a necessidade de cada “mancha” de solo da área em questão. Nessa safra 2007/08, adquirimos uma colheitadeira importada dos EUA que vai possibilitar a realização da colheita de precisão, viabilizando a obtenção de mapas de colheita. De posse desses mapas de colheita, dos mapas de fertilidade e dos mapas de adubação, poderemos identificar problemas pontuais, corrigir com precisão as falhas e evitar desperdícios de insumos, atingindo então um maior refinamento no manejo da lavoura de arroz irrigado, tendo sempre como objetivo a obtenção de maiores produtividades, a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente. Além da produção de grãos de arroz, produzimos também sementes de arroz certificadas e fiscalizadas do IRGA, sendo que nessa safra 2007/08 temos uma área de multiplicação de sementes básicas da variedade IRGA 423, lançada pelo IRGA na última safra.

O milho é cultivado na Estância desde o ano 2000, sendo que em alguns anos, por questão estratégica, não se cultiva essa cultura. A opção pelo milho se dá devido ao grande valor nutricional que apresenta seu grão, sendo uma ótima fonte de energia para utilizar na ração de suplementação do gado de corte e dos reprodutores. Devido ao fato da fazenda se localizar numa região onde ocorre déficit hídrico nos meses de janeiro e fevereiro, faz-se necessário irrigar essa cultura a fim de se obter alta produtividade. Desta forma, a fazenda possui três pivôs centrais, cobrindo uma área total irrigada de 214 ha.

Em relação à necessidade de água, o milho necessita de 3mm/dia de lâmina d` água quando a planta apresenta uma altura inferior a 30 cm e 7,5 mm/dia no período entre o espigamento e a maturação. Porém, em condições de baixa umidade relativa do ar e altas temperaturas, a necessidade pode chegar a 10 mm/dia de água. A demanda total por safra é em torno de 350 a 500 mm de lâmina d`água.

Em média, aplica-se na lavoura da Guatambu, através de irrigações periódicas, uma lâmina de 250 mm por safra para suprir a deficiência hídrica do milho. Em anos chuvosos de El niño, a necessidade de irrigação baixa para cerca de 100 mm.

Como a estrutura de irrigação representa um investimento muito elevado, a lavoura de milho sob pivô central necessita ser altamente tecnificada, utilizando um manejo que vise atingir altas produtividades. Para tanto, são utilizadas as seguintes tecnologias: plantio direto sobre palha de azevém, uso de sementes híbridas transgênicas de elevado potencial, alta densidade de plantas (população de 60.000 a 65.000 plantas por ha), plantio com semeadeiras de alta precisão, velocidade de plantio de no máximo 6 Km/h para garantir a população final desejada, tratamento de sementes para pragas de solo, adubação calculada de acordo com a extração de nutrientes para altas produtividades, controle precoce da lagarta do cartucho, alta adubação nitrogenada, acompanhamento constante da necessidade de irrigação da lavoura, colheita no momento indicado, e secagem em secador de última tecnologia para preservar as características nutricionais do grão de milho.

A principal praga que atinge a lavoura é a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), a qual é minimizada com o uso de variedades com gen de resistência a essa praga e com pulverizações de inseticidas com diferentes modos de ação via pivô central.

Nas áreas de pivô são também cultivadas outras espécies, em sistema de rotação, visando realizar um controle mais eficiente de pragas, doenças e plantas daninhas do milho. Durante o inverno, cultiva-se nas áreas de pivô cornichão, trevo branco e trevo vermelho para produção de sementes. No verão, a soja entra na rotação com o milho.

A soja é cultivada na Guatambu nas coxilhas, em rotação com pastagens. Desta forma, cultiva-se esta oleaginosa após 4 a 8 anos de pastagem (quando as pastagens já estão degradadas). Após a colheita da soja, costuma-se renovar as pastagens através da semeadura em março-abril de trevo branco, cornichão e azevém sobre as restevas colhidas. Nos últimos anos a área cultivada com essa oleaginosa aumentou bastante em nossas propriedades, acompanhando o crescimento da cultura na região da Campanha do RS.

Este sistema de produção permite obter uma melhoria da fertilidade do solo através da adubação e fixação de nitrogênio da soja, e também uma melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo, através das pastagens que preservam a integridade da estrutura do mesmo, bem como sua microfauna.

Utiliza-se também toda tecnologia de ponta disponível para obtenção de altas produtividades, como uso do variedades transgênicas RR, Intacta e Inox; escalonamento de variedades conforme época de plantio para minimizar riscos; adubação de acordo com a extração da planta para elevada produtividade; aplicação consciente e preventiva de insumos (inseticidas e fungicidas), sempre buscando um equilíbrio mais sustentável da produção de grãos a fim de preservar nosso ecossistema.

De acordo com as previsões climáticas e mercadológicas e a estratégia da empresa, em alguns anos a soja é cultivada também sob pivô central, com irrigação, e em outras vezes é cultivada somente como cultura de sequeiro, sem irrigação.

A soja colhida é vendida como grão para a indústria.

Em nossas coxilhas e várzeas são cultivadas finas pastagens de azevém, trevo branco, trevo vermelho e cornichão, que são utilizadas para a alimentação animal, através do pastejo. As melhores áreas de pastagens são selecionadas para a produção de sementes dessas forrageiras, sendo que nossas sementes são reconhecidas pelo mercado como de excelente qualidade e vigor, e já foram semeadas em campos de todo o Rio Grande do Sul.

Essas áreas de produção de sementes forrageiras são diferidas no final do inverno, é realizada adubação nitrogenada no azevém na primavera, e aplicação de fungicida quando as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento de doenças. Após a colheita, é promovida a secagem com ar natural, o armazenamento, seleção e beneficiamento em nossa estrutura de UBS e armazenagem.