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Data: 05/04/2019

Vinhos e energia encerram roteiro diplomático

Thiago Copetti, de Dom Pedrito 

A despedida dos diplomatas de nove países que passaram pelo Rio Grande do Sul nesta semana foi feita com um brinde que surpreendeu até mesmo ao adido agrícola francês, Franck Foures. Apresentada com destaque na visita à Estância Guatambu, a produção de vinhos e espumantes se sobressai, hoje, entre as muitas atividades da família Pötter. A escolha da propriedade rural de Dom Pedrito para encerrar o roteiro organizado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) no Estado não foi por acaso. Na fazenda, o grupo pode ver desde o beneficiamento da uva a inovações como a produção de energia solar, passando pelas tradicionais atividades de pecuária e lavouras de grãos. "Apesar de o consumidor francês ter um produto local excelente, ele também busca diversificar e ter novas experiências com espumantes. E a produção daqui pode surpreender pela origem brasileira, pelo sabor e pela qualidade", elogiou Foures.

Assim como o conselheiro agrícola da França, o representante da embaixada do Japão, Hiraku Ohta, destacou o crescente consumo de vinhos e espumantes de alta qualidade pelos asiáticos como um potencial mercado para o produto gaúcho. "Estes vinhos (finos) estão ficando mais populares no Japão, e nunca vi o produto (brasileiro) no país. Acho que, no futuro, e rapidamente, serão exportados para lá", ressaltou Ohta. Antes da degustação da produção local de carnes e vinhos, porém, a apresentação feita pelo proprietário, Valter Pötter, sobre os investimentos em sustentabilidade, também deixou de boca aberta a delegação. Há três anos, a propriedade recebeu os primeiros painéis solares, instalados sobre as áreas de estacionamento coberto. Hoje, as 600 placas que integram o sistema já respondem por toda a energia consumida pela propriedade, e ainda sobra. "Tínhamos um custo anual de energia em torno de R$ 20 mil. Hoje, é zero. Desde quando criamos a vinícola, em 2012, tínhamos a ideia de ter autonomia energética. Estudamos até ampliar a produção de energia, como um novo negócio, que parece ser muito viável", destacou Pötter, que investe para manter a estância em elevado nível de sustentabilidade. Sobre o roteiro pelo Estado como um todo, após passar também por Rio Grande e Bagé, para a diplomata de Burkina Faso, Sonia Quedraogo, o grande destaque é a diversidade de culturas, as extensas áreas de terra das propriedades e a mecanização do campo. "Usam, aqui, muitas coisas, em tecnologias e máquinas, que não conhecíamos no meu país", resume Sonia. Já o diplomata chinês Changquing Bai listou potenciais de negócios e parcerias com empresas para desenvolvimento de novas tecnologias e cultivares de arroz, por exemplo, mas, sobretudo, no setor de logística. A imensa produção agrícola do Rio Grande do Sul, destaca Bai, é bastante adequada às demandas chinesas. "São imensas as possibilidades de cooperação no agronegócio. E, para que o agronegócio tenha mais competitividade, queremos investir mais em infraestrutura por aqui também", ressalta.



Fonte: Jornal do Comércio